Tenho procurado viver como se isso não existisse, mas a cada tanto acontece alguma coisa muito desagradável, por vários e diferentes motivos.
É muito difícil, em certos momentos. E, outro dia, quando me mandaram a mensagem com a matéria (um link, que eu cliquei), me dei conta que provavelmente vou morrer antes que isso se resolva.
É muito difícil ver o seu nome ser arrastado na lama, sendo ligado a “bando ou quadrilha”, “lavagem de dinheiro” e outras coisas de que sou acusado, sem qualquer prova (até porque não pode haver provas) nos processos. Pesquise Julio Xavier Vianna Junior na Internet e veja o que aparece.
Eu não consigo abrir conta em banco, o Itaú cancelou meu cartão, que eu tinha há quase trinta anos, sem nunca ter atrasado um dia qualquer fatura (BTW, pago sempre antes do vencimento)…
Um dia, chegando na Dinamarca, fui fazer câmbio na agência do banco no aeroporto. Entreguei 500 euros, a mulher preparou e contou as coroas dinamarquesas, imprimiu o comprovante, colocou tudo sobre o balcão e pediu meu passaporte. Digitou meu nome, olhou na tela do computador (que eu não consegui ver) e disse: “Desculpe, não vamos poder concluir a operação“. Pegou tudo de volta, me devolveu os euros e o passaporte e disse: “Não se preocupe. Isto acontece“.
Pois é. E eu carrego o mesmo nome do meu pai. E o meu filho carrega o meu.
Nome – muita gente não liga para isso. Principalmente aqueles que, de fato, vivem com (e praticam) as coisas de que estou sendo acusado. Mas para mim é muito importante e sério.
Na maior parte do tempo, vivo sem pensar neste lamaçal. Mas às vezes alguém joga a lama na minha cara.
Se você lesse os processos veria o tamanho da injustiça. O meu nome aparece no meio de uma lista de nomes. Acusam todos das mesmas coisas. Em nenhum momento, nenhum, alguém diz o que eu fiz, como fiz, quando fiz nem onde. Apenas me incluem, dizendo “fizeram isso ou aquilo“. Nenhuma vez dizem o Júlio fez.
É como se eu tivesse uma oficina que consertou um carro, que depois foi usado para assaltar, estuprar e matar. E eu sou acusado junto com os criminosos, porque deixei o carro em condições de ser usado.
E eu não sou santo. Sei dos meus erros e dos meus pecados. Mas pequei contra Deus, contra Deus somente. Destes ninguém me acusa. E não há na lei dos homens castigo para estes pecados. Se fosse acusado por aquilo que fiz, eu não teria motivo para reclamar, embora ficasse constrangido e triste.
E tem muitas coisas que constam das acusações e denúncias, que eu só fiquei sabendo nos processos. Nunca sequer tinha ouvido falar.
E tem muitas coisas distorcidas também. E tem coisas verdadeiras e reprováveis. Os jornais estão repletos delas, ambas. E eu com isso?
Os pastores e alguns líderes da igreja sabem da história, porque cada vez que me pedem para liderar alguma coisa, eu me sinto obrigado a alertar que, em algum momento, pode surgir alguma onda sensacionalista, que pode respingar na igreja. O mesmo acontece no ambiente de trabalho.
Assim tenho vivido, há quase nove anos. E aqui estou desabafando publicamente.